PALAVRAS VIRADAS, é uma obra escrita e ilustrada com muitas mentes criativas e o dobro de mãos batucando os teclados como se fossem ritmistas de uma escola de samba campeã do carnaval. Cada Escritor é uma Escola de Samba campeã neste sambódromo literário tupiniquim.

São 11 Escritores e uma Ilustradora em busca de palavras e imagens. Isto resultou em palavras que criam imagens e imagens que criam palavras. Palavras, palavras, palavras! Palavras em pé, palavras diretas, palavras deitadas, palavras doces, palavras laminadas, palavras invertidas. Na busca das palavras perfeitas, depara-se com todos os tipos de palavras. Até que surge como produto as PALAVRAS VIRADAS.

As palavras soltas, jogadas ao vento, foram encontradas, recolhidas, juntadas em poesias, contos e crônicas nesse movimento de virar, desvirar e deixar as PALAVRAS VIRADAS.

São páginas cheias de PALAVRAS VIRADAS, palavras significadas, ressignificadas, usadas, abusadas, lambuzadas de literatura, de histórias, de importâncias, reentrâncias e afetividades humanas. E estas palavras montam, desmontam, constroem e desconstroem textos e  imagens. E todos dizem muito, dizem tudo...dizem mais! Dizem o que era para ser dito, e o que não era. Dizem o bem dito e o mal dito. O compromisso de dizer é levado até as penúltimas consequências. Textos que jorram, brotam, sangram e ilustrações que confirmam que de tudo o que pulsa é a vida.

A abertura se dá com um poema declaração-protesto-manifesto da genial Cora Coralina, para que toda esta obra homenageie através desta mulher, todas as mulheres, diversas mulheres, sem exceção. Mulher da Vida.

E segue com outra mulher forte, Andressa Tormes, que aos 31 anos e em pleno auge de sua juventude, traz influências naturalistas, simbolistas, realistas, feministas, LGBTQIA+ e já nos esfrega na cara sua ?Conexão Perigosa? e seu ?Fertilizante Especial?.

Seguimos com uma série de contos quase crônicas ou crônicas quase contos do mineiro Cleber Miranda, que usa de sua experiência de investigador policial na Delegacia da Mulher, trazendo questões relacionadas à violência de gênero, que se inicia com ?Ebulição?, passa pelos ?Girassóis? e se conclui com ?Uma taça de Vinho?.

Daí nos deparamos com a ficção científica do também Mineiro Daniel Medina, que é professor de inglês em tempo quase integral e que nos outros tempos se divide em ler livros, HQs e produzir seus próprios podcasts. Brinda-nos com três contos, que lidos separados são três, mas se considerados juntos e na sequência em que foram apresentados, podem ser lidos como uma única história. Ficção e suspense que vem das influências dos quadrinhos e se revelam em ?O Salto?, ?O Susto? e ?O Sinal?.

Partimos da ficção científica para a poesia do soteropolitano, historiador e poeta Edenbergue Lima Neres, que nesta obra nos fala do tempo como ?menino faceiro, danado, ele gosta de correr e pregar peças na gente? e segue com ?Choro das Matas?, ?Saudações ao Velho Chico? e finaliza sua participação nos oferecendo um bom ?Café?.

E então chegamos num desfile de crônicas, mini-contos e poesias sem pretensões, sem regras e supostamente anarquistas do paulistano ítalo-luso-hispânico, Edner Braga, que escreve porque se sente escravo da escrita e para se libertar de emoções, sentimentos e perdas que teve pela vida. Começa relatando sua experiência de leitor em ?Caminhando no Caminho Suave?, e alguns contos depois, rasga as poesias e desobedece às regras de composição começando com ?A noite nossa de cada dia?. E por fim, propõe, impõe, dispõe de três mini-contos, sem nomes, sem personagens, sem enredos, apenas relata comportamentos e ações numa perspectiva ?absurdada? da realidade com muita irônia, sarcasmo e jocosidade, nos contando ?histórias nenhuma?.

E desta anarquia partimos para a Paulista de Salto de Pirapora, Elaine Passarelli, que traz para esta obra as suas crônicas que, ou se aproximam da autoajuda, ou se aproximam da religiosidade, ou talvez, das duas. Fato é que traz simplicidade, leveza, reflexões para alma em ?Essência da Vida?, ?Livre para Ser? e ?Renove sua Mente?. O que se constata, e que ela diz, na sua auto apresentação é que escreve para que os sonhos não morram e para que se tenha sempre esperança.

Buscando ?a liberdade dentro de suas próprias palavras? a carioca, ?aspirante a engenheira? e poetisa Luíza Cantanhede escreve desde os 7 anos e nos apresenta três poesias: ?Escova?, ?Alguém viu a chuva?? e ?Sentido incomum? . Três poemas surpreendentes em que ela deixa ?sua máscara cair em público?, mostra inconformismo porque tem o sol, tem calor, tem de tudo, mas não conhece ainda a chuva. Então decide ?escrever até chover?.  Tomara que não chova, nunca para ela escrever sempre!

Com um big conto somos brindados pelo professor, psicólogo clínico e escritor Mateus Dias Pedrini. Ele traz ?Um café para um escafandro?. Conto surreal, psicológico, imaginativo, que propõe que se pense em coisas ?descontextualizadas?, ?inesperadas?, ?inusuais? tal como um ser saído do mar, vestido de escafandro e que vai numa cafeteria pedir um café. E todas as reações, emoções e consequências que podem ocorrer a partir deste fato tão ?anormal?. Só lendo para saber!

Do conto surreal, somos convidados a entrar no mundo proto poético da mineira, Nalu Gonzaga, que é poetisa e podcaster e nos oferta 4 textos de intensa sensibilidade. Ela é poesia, ela é prosa, ela é sensibilidade ao tom da pele. E tudo transparece, aparece, se revela, se esconde, se desvela em ?Oração?, ?Onipresença?, ?Discernimento? e ?Bônus?.

O Gaúcho P. B. Freitas apresenta, nesta obra, um conto e uma poesia, revelando que tem em si, as duas veias pulsantes no conto ?A bússola? e na poesia ?O Jardim?. Nestes dois textos as palavras pulsam e as veias se tornam aparentes o amor e a reflexão sobre o destino.

E, como derradeira contribuição, participação e fixação das estacas que fundamentam que as PALAVRAS VIRADAS demarcam a literatura brasileira atual, temos a jovialidade textual que denuncia injustiças e luta contra preconceitos, temos a Thaty Ribeiro, em seu conto de terror psicológico ?Presa na Escuridão do Poço? e nas suas 3 poesias em que revela sensibilidade, amor, e muita percepção da realidade quando ela é cruel e faz sua denúncia poética, ao questionar: a escravidão acabou?

Assim, e a partir desta apresentação do PALAVRAS VIRADAS, te faço o convite para ser nosso leitor. Se depois dessa resenha você ainda não quiser nos ler, não desistiremos de você. A gente se reencontra por aí. Vem nos ver, vem nos ler. Vem virar as palavras com a gente. Vem!

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